sábado, 1 de setembro de 2007

Reta Hermética

Estamos situados em uma reta hermética. À nossa esquerda, os interditos [est]éticos das simbologias arcaicas; à nossa direita, as aporias existenciais do Zeitgeist do de-vir. Nossa estrutura onto-lógica, movendo-se para a esquerda, presume-se imponente para questionar de modo imparcial as inadequações arqueológicas do Zeitgeist de outros tempos. Entretanto, constatamos uma espécie de náusea instaurada na consciência hodierna, que no plano implacável das conseqüências sociais corresponde ao des-crédito de tudo aquilo que possa parecer um projeto alicerçado em significações de ordem meta-física. Devido à nossa condição de insatisfeitos, passamos a mover a nossa estrutura ontológica para a direita, acreditando somente na evidência dos valores de ordem física. Agindo assim, intensificamos ainda mais o mal-estar característico das incoerências de um sistema alienante difundido pela sociedade de consumo, o qual depende da crença ingênua no mundo globalizado. Sob um determinado aspecto, nossa condição humana representa justamente a nossa incapacidade de analisar especularmente todas as variáveis instauradas no arcaico, no presente e no de-vir. Somos, vivemos e representamos a crise de um ponto inserido nessa reta. Somos indelevelmente o intervalo da incerteza... Somos as con[tra]dições da Contemporaneidade...

2 comentários:

Daniel Kunihiro disse...

Como nos libertarmos deste hermetismo temporal? Estaríamos condenados à angústia de nunca compreendermos além do fluxo sensível imediato? Há de se considerar aqui as censuras impostas - não explicitamente por risco de não sermos socialmente favoráveis, mas implicitamente - das esferas de compreensão das relações mediatas que se encontram por detrás dos fenômenos da imediatidade. Ora, esta censura advém daqueles imanentes ao campo da compreensão imediatista.

Anônimo disse...

Este texto é um verdadeiro show de substantivos abstratos, o que aliás parece ser o perfil deste blog. Utiliza uma linguagem artificialmente alçada a um nível superior cujo conteúdo não lhe faz jus.