sábado, 1 de setembro de 2007

O Fundamento do Juízo Divino

Partindo do dado inquestionável de que julgamos injustamente as pessoas e somos julgados [também injustamente] por elas, tentemos imaginar como será fenomenal e extraordinário o impressionante Julgamento de D-us no preci[o]so contexto te[le]ológico. D-us, justamente por ser D-us, não se vale dos nossos critérios equivocados e impiedosos com roupagem de práksis cristã. Somente D-us é justo, imparcial, misericordioso, gracioso, fiel, amoroso e longânimo. Nós, seres humanos, devido aos retalhos do pecado, somos in-justos, parciais, implacáveis, in-fiéis, rancorosos e impacientes. Quem dentre nós ousaria não anelar comparecer perante o Tribunal de Cristo, haja vista que constatamos uma série de disparates entre nós, partindo de uma pretensa análise imparcial dos históricos existenciais que se apresentam ante os nossos olhos cansados e fadados à miopia, hipermetropia ou suas complexas variantes?
O Tribunal de Cristo – para os cristãos – e o Juízo do Trono Branco – para os não-cristãos – consubstanciam o grau máximo da Justiça operando segundo os ritmos da pulsação do coração de D-us. Um coração ancorado no Amor in-Condicional que contraria todos os princípios de uma agenda orgânico-funcional difundida, também e infelizmente, entre nós cristãos. Amor in-Condicional que, em hipótese alguma, pode se adequar ao estereótipo esforço-recompensa do santuário da Sociedade de Consumo… Por que somos propensos, em diversos contextos, a desconsiderar a possibilidade de tal Juízo Divino estar alicerçado no Amor in-Condicional ? Talvez não seja porque nós só conhecemos e praticamos o nosso amor condicional, crendo – inútil e tolamente – que a criatura serve de modelo para o Criador?…

Um comentário:

Daniel Kunihiro disse...

Não seria esta compreensão visada por Sócrates ao constatar o grau da sua ignorância? Ademais é necessário adicionarmos ainda a compreensão do amor divino resultando na sua graça que parte desde o universo do puro ato efetivado ao universo da mera potência.

Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! (Rm 11.33)